segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O caminho

Penso que desde criança a estrada já me chamava, eu somente não sabia como ir, mas antes de falar sobre o role em si, vou tentar resumir a resposta da pergunta que mais me fazem por onde eu passo - Como você escolheu essa vida? O que te fez pegar a estrada ? E uma longa historia...
 Desde criança, nunca pensei em criar raízes, sempre soube que iria viajar muito, o mundo me parecia grande demais para ficar num único lugar, olhava aquelas revistas de viagem e sonhava com todos aqueles lugares, mas como uma menina de 15 anos, filha de trabalhadores, de familia humilde, poderia um dia conhecer todos esses lindos lugares ?
Certo dia, em uma feira de artesanato, conheci Lino um peruano que tocava zamponha, e fiquei encantada com a música, passei a pesquisar tudo sobre o Peru, e lendo sobre a Amazônia Peruana , me interessei pela natureza.
Caminhando vi um cartaz que falava de trilhas em Paranapiacaba, e com 15 anos sozinha , fui conhecer esse lugar magico. Chegando em Paranapiaca conheci um pessoal, que me levou pra fazer uma trilha, rapel e conheci uma caverna, aquele foi o dia mais feliz de minha vida ate aquele momento, na mata atlântica resolvi que seria Bióloga, assim poderia ficar minha vida toda na mata e trabalhar viajando.
Uma frase que havia lido era minha inspiração, como sou muito ruim de memoria, vou escrever o que lembro " trabalhe com o que ame, trabalhe com o que te faz feliz que você nunca trabalhará um dia em tua vida" .
Bem não consegui entrar em uma universidade publica, e eu tinha tanta pressa, que arrumei um emprego e um bico de fim de semanas para pagar minha faculdade. Mas derrepente percebi que tinha algo errado, não estava feliz, precisa mudar algo , então terminei meu namoro de 3 anos e passei a sair todas as noites, endoidando muito, chegava no trabalho de virote, mata aula na faculdade pra fumar um com a galera, ouvir secos e molhados, mutantes, tomar cha de lírio. Foi quando minha supervisora resolveu me dar férias pra ver se eu retomava meu equilíbrio.
Hummm... Ferias !!! Nunca tinha tido férias, adorava ficar endoidando no  bar fecha nunca na minha cidade , São Caetano do Sul , tinha um ponto de ônibus e como eu gostava de ver as pessoas de manhã indo para seus trabalhos, mas eu não precisava ir, não hoje. Aquele tempo eu usava de tudo, queria provar  novas sensações, muita droga, só não apliquei na veia.

São Tomé das Letras
 Então, na minha ultima semana de férias, resolvi viajar e conhecer São Tomé das Letras , Minas Gerais, falavam de uma cidade magica alternativa, com cogumelos mágicos, então resolvi ir, com as seguintes metas comer cogumelo, ver os duendes e conhecer o Ventania.
Entrei no ônibus com aquele sentimento de liberdade, admirando a Br, ouvindo cordel do fogo encantado e teatro mágico.
Cheguei em Tomé, logo consegui um hotel barato, e a noite bar do dois, conheci um musico e fumei tanto que travei sentada no banco, que era a pedra da montanha mesmo, enquanto ele tocava. Ele me chamou para uma festa na roça, numa segunda feira, especial Raul, com fogueira, cha de cogumelos e muito mais.
Sentei na fogueira, com meu primeiro copo de chá de cogumelos, sem conhecer ninguém, além do musico que tava tocando, tomei o chá e nada, então peguei mais um copo agora com vinho, resolvi bolar um pra ver se batia melhor, mas quando tava dixavando, o cara do lado falou que tinha um raxixi( nunca escrevi rachixi) para juntar com minha erva e fumar lá dentro que tinha muita cabeça na fogueira, ta no inferno abraça o capeta , bora lá. Enquanto ele bolava , um doido veio avisar que estavam indo fazer um corres de um pó, o Marcio o cara do raxixi deu a interna, e resolveu finalizar o que tinha de pó, bora lá. Derepente olho pro espelho e vejo um sorisso gigante, olhava pro espelho e falava em gargalhadas .
-Caraca, minha boca ta grudada na gengiva.
Olhava para o copo de vinho com os cogumelos boiando e falava com os cogumelos:
- Cogumelos deliciosos , eu vou come-los, nhau... Nhaum.. Nhaumm
O Marcio que até então havia recusado o chá, vendo minha situação não somente resolveu prova los , como pegou outro copo de chá pra ele.
Depois de fumar, voltamos para a fogueira e passamos a noite rindo muito de cair no chão das coisas mais bestas, como o vizinho maluko fazendo brincadeiras com uma meia de bichinho, mas eu ainda não tinha visto os gnomos.
Eu e o Marcio nos tornamos muito amigos, e nos dias que se seguiram iamos as cachoeiras, caçavamos cogumelos, visitavamos o Carcará, conhecemos o Ventania. Passamos a fazer varias viagens juntos de carro, para Tomé e São Pedro, era tao bom ter um amigo como ele, mas o tempo nos afastou, ainda nos falamos por facebook e estou devendo uma visitinha em Piracicaba.
Seguro desemprego
Retornei de férias com conjutiviticonjutiviti e um atestado de 3 dias , resultado, fui demitida uma semana depois, minha supervisora era tão gente boa, que me segurei para não comemorar na frente dela.

Seguro desemprego
Pude ter meu fundo de garantia e seguro desemprego, o primeiro e único da minha vida, receber sem trabalhar que maravilha, em julho de 2006, férias da faculdade, fui como voluntaria para Tocantins fazer um trabalho com cavernas, foram quinze dias naquele lugar lindo, muita cerveja nas horas vagas também. De Tocantins voltei para São Tomé, passei mais uns 15 dias, conheci um grupo de viajantes malabaristas Argentinos e um deles me falou sobre a Ayahuasca.
Quando voltei passei a buscar mais sobre os expansores de consciência, freqüentei um templo de Ayahuasca, fiz meus primeiros trabalhos espirituais. cultivei cogumelos e os conhecggi não somente para recreação, mas como trabalho espiritual, penso que nunca mais voltei, nunca mais fui a mesma, nunca mais aceitei o básico, me inspirou a seguir meus sonhos e ser feliz, me tirou da zona de conforto, sou uma louca e apaixonada pelos mágicos cogumelos.
Então houve uma ocupação na faculdade, fiquei acampada vivendo na faculdade por uns 40 dias. Além do contexto politico, que não é o foco, durante a ocupação apreendi a fazer alguns artesanatos, e já conhecia muitos maluko de br, e chamava a galera para as festas da faculdade, já frequentava as festas da malukada em Paranapiacaba quando tinha 18 anos, gostava muito dede estar com a malukada, mas nunca havia pensado em ser uma.




sábado, 25 de outubro de 2014

Sempre sua

Fugindo de ti
Me achei e me perdi tantas vezes
E quando pensava ter te esquecido
Ouvia aquela canção que me faz lembrar você
E a sede de ti retornava brutalmente
Meu peito explodia de saudades tuas
E a gana de ser tua novamente
De correr para teus braços e teus abraços
Ter tua pele colada a minha
Nos emaranhando sem saber onde termina eu e começa você
Nossa cheiro, nosso suor e respiração todo misturado
Seremos um so
Eu sempre sua e você sempre meu

Carol Padovani

5 de outubro de 2014, Quinari - Acre



Só queria saber

Sei que não tenho direito de te buscar
Mas só queria saber se ainda pensa
Se ainda lembra tanto quanto eu
Sei que fugi,
Sei que sofreu
E não tenho direito de voltar atraz
Tantos quilometros ja passaram
Que nõ sei nem quantos dias
Que segui
Segui cantando minha dor
Sonhando com as lembraças que ficaram
E hoje me pergunto
Será que senti como eu sinto tua falta ?
Será que ainda busca noticias minhas
Como eu busco as suas?
Sera que qundo mira a Lua
Cerra os olhos e pode me sentir?
Ainda posso sentir teu calor
E vivo assombrada com seu fantasma
Pelas ruas, estradas e praças
Tantos lugares, tantas faces
E continuo vendo sempre a sua
Pois ainda busco, ainda sonho
Enquanto eu continuo fugindo deste sentimento
Digo ao meu coração que acabou
Contiuo carregando no peito a esperança que vai me buscar
E um dia sem aviso algum,
Vai me encontrar.

Carol Padovani
7 de outubro de 2014 , Rio Branco - Acre

Sem olhar pra traz

E quando se confundi a confusão
A mente gira e gira
E se confundi na confusão
Um querer ser feliz todos os dias
Sem ter tempo pra lembranças
Sem poder olhar pra traz
Tem dias que esquecer é impossivel
Ja que penso que não sinto falta
E esse pensamento é tão distante
Que corro sem olhar pra traz
E miro a frente sempre no futuro
Pra não viver de dor no passado.

Carol Padovani
16 de junho de 2014 , Rio Branco - Acre


"Si"

Andei fugindo
Corri até onde pude
Como se quanto o aumentar da distancia
Diminuiria o meu amor
Fugi, Caminhei, corri
Por novos lugares
Falei outras linguas
Saquei novas fotos
Reconstrui
E por pouco não troquei de nome
Sorri, cantei, dancei, bebi e apaguei
Mas sempre com teu fantasma a me seguir
Uma sombra, grudada em mim era tua lembrança
Como uma mala muito pesada
Uma corrente em meus pés
Que não me deixava voar
E sempre a querer seguir mais e mais distante de ti
Com pensamento fixo que se necessario chegaria a China
Mas no lugar mais bonito e encantando
Com uma agua quente e sagrada
Me aflorou as emoções
E perguntei a Pachamama
O que fazer
E senti sua resposta brotar no mais profundo de meu coração
É hora de voltar
Não posso mais fugir
Que há momentos que temos que enfrentar nossos medos
E solucionar o "si"
E para que eu possa viver meu presente
Tenho que primeiro quitar com o meu passado

Carol Padovani
27 de gosto de 2014 as 02:20 , Aguas termais de Santa Tereza, Cuzco - Peru




Bons sonhos

Canto pra Lua
Canto pra vida
Me banho no amor divino
Que limpa e purifica
trazendo paz e harmoia
Bailando sob a luz das estrelas
Conectada com calor da Terra
Fecho os olhos e te busco
Para que compartilhe deste lugar encantando
Desta noite tão abençoada
Sentindo a agua caliente da montanha
Sendo uno com a agua
Tocando as pedras das Cordelheiras dos Andes
A conectar me com a Pachamama
Com a  luz das estradas para iluminar teu olhar
O ar fresco da montanha para te limpar
As aguas quentes para te equilibrar
Compartilhando deste amor divino
Que envio pra ti em pensamentos
Que chegue como sonhos
Bons sonhos, meu amor

Carol Padovani

26 de agosto de 2014 23:20
Agua Termais de Santa Tereza, Cuzco - Peru





 

Nosso olhar

Meu olhar ta tão perdido
Que não vejo nada ao meu redor
Me perco em pensamentos
Sonhando que ainda vai me encontrar
Que algum dia, em qualquer lugar
Andando numa rua de qualquer cidade
Meus olhos vão cruzar com os teus
Talvez seus ohos sejam esquivos
E mude a direção
Ou talvez seus olhos sejam os mesmos olhos de paixão
Anseio por teus olhos de saudades
Cheio de desejo
E sem saber pra onde olhas
Queria ser teus olhos por um instante
Assim saberia por onde andas e o que olha
Saberia se seus olhos ainda querem ver os meus
Ou se seus olhos ja contemplam outros olhos
Talvez são olhos de dor e de raiva
Por meus olhos terem fugido dos seus
E apesar dos meus olhos terem percorrido tantas estradas
Eles jamais deixaram de ser teus
Meus olhos não desejam mais fugir dos seus
Depois de tantos quilometros
Depois de tanto tempo
Eles ja entenderam que eles so querm ver os teus olhos brilhantes
Meus olhos anseiam por respostas
Será que teus olhos ainda buscam os meus ?

Carol Padovani
12 de outubro de 2014, Rio Branco - Acre
editado em 25/10/2014  , Cruzeiro do Sul - AC